terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Jogos Vorazes A esperança - Resenha do Livro



Acabei de ler Mockingjay”, o terceiro da trilogia“Jogos Vorazes”, de Suzzane Collins que no Brasil foi traduzido para “A esperança”.
Leia mais Jogos Vorazes aqui http://meuladoecletico.blogspot.ie/2013/11/essa-semana-estreou-noscinemas-aqui-da.html e Jogos Vorazes em Chamas aqui http://meuladoecletico.blogspot.ie/2013/12/jogos-vorazes-em-chamas-resenha.html

Contem spoilers do terceiro livro!


Bem, depois de uma leitura tão densa o que posso dizer?
A trilogia termina de forma muito triste e melancólica, foi doloroso perceber que apesar de todos os seus esforços, Katniss perdeu muitos amigos e pessoas queridas que chego a me perguntar se realmente houve um happy end.
Devo admitir que a primeira parte do livro (O ataque) li correndo, não porque estava excitante, mas porque estava muito chato.
Com Peeta em poder do Capital e Katniss servindo aos rebeldes e todo aquele plot de guerra e o chove não molha com Gale, tudo isso estava me cansando.
Só quando Peeta finalmente foi resgatado que voltei a ler com mais entusiasmo, aliás, pobre garoto, como ele sofreu e devo dizer que tive sim muita raiva de Katniss por não saber lidar com o que tinha acontecido com ele. Imaginem, ele foi telessequestrado, bagunçaram suas memórias ao ponto dele não saber o que era real ou não, a lavagem cerebral o fez odiar quem ele mais amava, essas coisas cortaram o meu coração e achei que ela poderia ter sido mais paciente.
Tão surpreendente quanto foi descobrir o que a Capital fazia com os vencedores dos jogos, prostituindo-os, matando seus familiares e as pessoas que mais amavam. Finnick com certeza se tornou um dos meus personagens favoritos, nunca poderia imaginar as atrocidades as quais ele tinha passado em sua vida quando o vi em sua primeira aparição, oferecendo cubos de açúcar para Katniss. Seu amor por Annie, tida como louca, seu sofrimento e preocupação que também o levaram a beira da insanidade, depois o reencontro dos dois, o casamento, e sua estupida morte.
Algumas baixas foram mal digeridas, eu me perguntei o por quê? Mas nada me deixou tão sem reação quanto a morte de Prim. Primeiro fiquei em dúvida se aquilo realmente estava acontecendo, se era real ou se não passava de uma alucinação, fiquei questionando o motivo dela estar lá, enfim, aconteceu, ela morreu. Depois de tudo que Katniss passou para protegê-la, indo para os jogos, quem ela mais amava se foi. E surpresa! A morte dela veio dos rebeldes, a bomba que a matou havia sido idealizada por Gale e Beete,  no entanto eles não sabiam que ela seria usada contras as crianças do Capital.
Outra coisa que me chocou foi ver que Katniss concordou com os Jogos Vorazes para as crianças do Capital, que culpa elas tinham mesmo? Juro que não esperava isso dela, Peeta, como sempre me encheu de orgulho sendo veementemente contra, mas foi voto vencido.
Restou falar sobre o final, depois de conversar com Snow e descobrir o que aconteceu com Prim, Katniss surpreende ao matar a presidente Coin (líder dos rebeldes do D13) quando deveria matar Snow, mas é absolvida do crime, pois seu médico alegou insanidade em sua atitude. De volta ao Distrito 12, que aos poucos estava sendo reconstruido, ao seu lado apenas Kaymitch, sempre bêbado, e Greasy Say, já que sua mãe optou por não retornar pra lá depois do que aconteceu com Prim e se juntou ao grupo que iria iniciar um novo hospital no Distrito 4. Gale tinha um emprego extravagante no Distrito 2 e Peeta voltou depois que foi liberado pelo hospital, mas continuava sua terapia. 
Ele plantou a flor Primrose, que deu nome à irmã de Katniss, na floresta, mostrando mais uma vez sua sensiblidade.
Umas das cenas mais triste acontece entre Buttercup, o gato de Prim, e Katniss, chorei com ela dizendo que a irmã nunca mais voltaria, pois estava morta, pela primeira vez ela estava chorando pela irmã.
A forma como a autora uniu Peeta e Katniss também ficou à desejar... Aconteceu só no final, nas últimas páginas e deixou aquela sensação de que ela só ficou com ele, pois nunca conseguiria perdoar Gale.
Deixo aqui as palavras da autora:

Peeta e eu voltamos nos aproximar. Ainda há momentos em que ele agarra as costas de uma cadeira e se segura até que os flashbacks acabem. Eu acordo gritando com pesadelos de mutações e crianças perdidas. Mas os seus braços estão lá para me confortar. E, finalmente, seus lábios. Na noite em que eu sinto aquela coisa de novo, a fome que me dominou na praia, eu sei que isso teria acontecido de qualquer maneira. Que o que eu preciso para sobreviver não é fogo de Gale, aceso com raiva e ódio. Eu tenho fogo suficiente sozinha. O que eu preciso é o dente-de- leão na primavera. O amarelo brilhante que significa o renascimento, em vez de destruição. A promessa de que a vida pode continuar, não importa quão ruim foram as nossas perdas. Isso pode ser bom novamente. E só Peeta pode me dar isso.
Então, depois, quando ele sussurra, "Você me ama. Real ou não real?" Digo-lhe,
"Real”."


Esse final, com os dois juntos, claro que me deixou satisfeita, afinal Peeta merecia um final feliz depois de tudo que ele havia passado e sabemos que isso só aconteceria ao lado de Katniss. Também tem a mensagem de positividade, manter  a esperança de dias melhores, que mesmo depois de uma guerra, tantas perdas e tristezas ainda há chances para recomeçar e tentar ser feliz...
Mas ainda tem o Epílogo, que eu particularmente achei que poderia ser mais detalhado, eu sei que essa trilogia não se trata de um romance tradicional, pois aborda temas muito mais relevantes como: distopia, guerra, crueldade, alienaçao, lealdade, amizade e o amor é só mais um deles, mas o meu lado romântico sim, gostaria de ter visto uma Katniss se descobrindo apaixonada, mesmo que não revelando a ele, mas revendo a nós, leitores, que tanto torcemos e esperamos por esse momento. 
Eles tiveram 2 filhos após 15 anos, uma menina e um menino, mas mesmo assim um sentimento de melancolia permaneceu.
A parte triste foi saber que apesar dos anos Katniss e Peeta continuaram com suas sequelas, que nunca voltaram 100% ao normal, ela com pesadelos e ele com os flashbacks do horror, o que é um realismo intessante abordado pela Suzzane Collin, uma vez que, é recorrente soldados que vivenciaram guerras mesmo após anos ainda ouvirem bombas explodindo, pessoas sendo mortas, mutiladas...
Eu agora me junto à uma legião de fãs que aguardam ansiosamente os próximos filmes que já tem data marcada para estrearem (A Esperança – Parte I 21/11/2014 e Parte II em 20/11/2015).
Tendo em vista como foram os primeiros, uma extenção do livro, espero que esse também cumpra seu papel e esclareça um pouco mais a história partindo de outro prisma.



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